sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A primeira grande idéia: "Escola Nova"

Começamos a análise do movimento que surge no governo Vargas, onde a atenção é voltada para a educação e surge uma esperança de que o Brasil se tornasse uma nação alfabetizada.

"O Movimento Escola Nova e as Escolas Totalitárias."

A educação do período de 1924 à 1950, é marcado pelo movimento da Escola Nova, classificado como o período do “otimismo pedagógico”. A origem da universidade pública é decorrente deste ideal: educar para a liberdade, no sentido de possibilitar a autogestão do educando e a construção da sociedade democrática. Os escolanovistas pretendiam revolucionar o ensino brasileiro visando o fim da educação tradicionalista. Uma de suas requisições era a concepção de uma escola pública, laica e para todos os segmentos da sociedade. Dentre os pensadores da Escola Nova está o filósofo Anísio Teixeira (1900-1971), cuja atuação se estende até o início dos anos 60, em defesa da universidade pública. No entanto, surge a reação dos conservadores, que se opõem à política de laicização da escola pública. Os representantes da ala católica se expressam através da revista Ordem, e posteriormente pela Liga Eleitoral Católica – mais uma vez a educação se encontra no viés político.

Pensando um pouco sobre o time que vestia a camisa do movimento a escola nova, fica fácil entender como montaram um movimento com boas idéias e intenções, na lista tinha:

  • Anisio Teixeira - futuro mentor de duas universidades no país - a Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro e a Universidade de Brasilia, da qual era reitor.
  • Fernando de Azevedo (1894-1974) - que aplicou a Sociologia da Educação e reformou o ensino em São Paulo na década de 1930
  • Lourenço Filho (1897-1970) - professor
  • Cecília Meireles (1901-1964) - professora e escritora

A atuação destes pioneiros se estendeu pelas décadas seguintes sob fortes críticas dos defensores do ensino privado e religioso. As suas idéias e práticas influenciaram uma nova geração de educadores como:

Hoje já não vemos pessoas com a capacidade intelectual e atitude como esses citados acima, talvez num futuro a gente possa listar nomes importantes para a história do Brasil.

Reforma Universitária – Novos Rumos da Educação Superior no Brasil. Com a reforma educacional de Francisco Campos, um novo ânimo pairou sobre a educação brasileira na década de 30. Este período foi de suma importância para a criação e regulamentação das universidades. A primeira universidade que consegue se formar com espírito organizacional acadêmico é a Universidade de São Paulo, em 1934. A Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, é criada em 1935, graças ao esforço de Anísio Teixeira. No entanto, a universidade brasileira ainda não possui um quadro docente comprometido com a realidade do país. Em ambas universidades, a cátedra é formada, em sua grande parte, por docentes estrangeiros. Cabe ressaltar a importância destas estruturações num momento populista, de severa observância ideológica. Apenas em 1937, são graduados os primeiros professores secundaristas. Egressos da faculdade de filosofia, além do encargo da preparação cultural e cientifica, receberam por acréscimo a formação pedagógica. Era o fim do ensino autodidata, exercido por profissionais de outras áreas. Anísio Teixeira analisa nossa tradição acadêmica: “O Brasil tem experiência em universidade escolástica e, depois, da universidade reformada por Pombal. Esta já era a universidade clássica, em seus reflexos do iluminismo, mas não a universidade de ciência experimental. Fora disso, tínhamos a vivência do ensino profissionalizante para o clero, os legistas e os médicos”. Observa-se, portanto, que a universidade no Brasil até a década de 30, era nada mais do que um curso profissionalizante carecia de uma formação acadêmica voltada a pesquisa à extensão. Entretanto, para que a universidade se comprometa mais com os setores de pesquisa e extensão será necessário que ela além de reformular a cultura que vai ensinar, ela abra espaço para a discussão democrática não se atendo aos processos totalitários e excludentes, quer seja dos governos ou das instituições de ensino. Neste sentido, o papel do docente superior, que na década de 30 era o de impulsionador da universidade aberta para todos, hoje se faz necessário como propagador da cultura e das relações entre sociedade e universidade, o que nem sempre é encontrado devido à divergências político-ideológicas dos próprios interesses docentes ao invés da preocupação pioneira daqueles que queriam educar para todos, num sistema igualitário de cidadania.

Uma observação que faço é que as universidades vão sendo fundadas no período de 1930 se vemos no mundo grandes universidades já completavam centenas de anos de existência como Cambridge de 1530 e Oxford que ja tinha mais de mil anos de existência, fundada em 998 entre outras. Isso mostra o nosso atraso, mesmo com a vinda de muitos cientistas do resto do mundo para ajudar no desenvolvimento das universidades ainda há um grande atraso no processo educacional brasileiro. Então não é um simples jargão “Nossa educação é horrível maldito Lula” isso é mostrar uma ignorância perante a situação, pois o histórico foi de pessoas bem intencionadas e que visavam um país prospero.

Nas décadas seguintes vemos muito trabalho, eis que vem JK com o desenvolvimentismo (Plano de Metas : 50 anos em 5) o golpe de 64 e com isso um sonho vai se distanciando.

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