quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A educação durante o golpe de 64

Com o passar dos anos, continuava o desenvolvimento da educação no Brasil e com as novas propostas a partir da LDB parecia que estávamos no caminho certo rumo ao progresso. No entanto o contexto mundial não colaborava para tal situação. A guerra fria, onde o mundo estava se dividindo em 2 vertentes, se mostrava tendenciosamente socialista no Brasil, com João Goulart fazendo viagens à China comunista, condecorando Guevara e elevando o Brasil para uma nação mais justa com educação boa e gratuita para todos a partir do Estado. Na verdade, toda a América Latina estava com essa tendência, e vimos uma covardia do governo norte americano, desta vez outro João (John Kennedy) ao injetar dinheiro nos militares latino americano com o intuito de derrubar toda tendência de esquerda que pairava sobre nós. Dado o plano panorâmico de como estava conturbada a situação, sofremos um golpe político, mas não foi apenas uma mudança no governo caracterizado por ser mais rígido disciplinado e seguidor do american way of life*,que com essa politica melhoraria os rumos da nação. Não. Pelo contrário. Mas não quero induzir a nada, apenas vejam que foi feito nos anos seguinte ao golpe e que fique para a conclusão de vocês leitores, só digo que desses dados podemos descobrir um pouco das ruínas do nosso ensino, onde talvez grande culpa seja dos militares. Vejamos em 2 partes para não ser muito extenso e sim mais reflexivo, afinal temos muito o que analisar. Resolvi dividi-lo em 2 partes da seguinte forma 1 Parte - O fim do sonho – Onde falaremos de como foi estruturado o golpe, e quais as áreas que foram prejudicadas . 2 Parte – O inicio do pesadelo – Os anos em que os militares desenvolveram ainda mais seus projetos e o golpe que a educação levou no final das contas. Então vamos para a primeira parte 1- Parte – O fim do sonho Com o golpe implantado, a repressão foi a primeira medida tomada, a tudo e a todos considerados suspeitos de praticas ou mesmo idéias subversivas. A mera acusação de que uma pessoa, um programa educativo ou um livro tivesse inspiração comunista era suficiente para demissão, suspensão ou apreensão. Assim, reitores foram demitidos, programas educacionais e sistemas educativos foram atingidos. Um caso foi o do mentor do processo educacional até então utilizado Anísio Teixeira, reitor da UNB, logo após os primeiros dias de golpe foi demitido. O programa nacional de alfabetização que utilizava o método Paulo Freire, o que dirigia, foi liquidado, até mesmo em termos financeiros. Milhares de projetores de filmes educativos importados da polônia foram vendidos para as escolas particulares a preço de liquidação. No município de Natal no Rio grande do norte um oficial da marinha de guerra assumiu o comando da secretaria de educação e ordenou a incineração dos acervos das bibliotecas. Desta forma foram acabando com todo o programa de educação voltada para a população e traçando um desenvolvimento capitalista moderno no sistema educacional. Assim os defensores do ensino público foram aos poucos substituídos pela aliança dos que lutavam pela hegemonia da escola particular subsidiada pelo Estado, com os militares empenhados na repressão. Até mesmo a competição propriamente acadêmica passou a ter mediação da repressão política. Em 1964, Florestan Fernandes, sociólogo da USP preparava-se para disputar a cátedra de sociologia naquela universidade. Contando com uma bela dissertação que depois viria a ganhar prestigio internacional, estava preparado para o cargo e tinha como disputa apenas uma oponente cuja bibliografia não se registra na historia da universidade brasileira, mas tinha como amigo o governador golpista Adhemar de Barros. Pois bem, por interferência do governador Florestan foi preso as vésperas do concurso, o que deixava sem competidos o obscuro pretendente. Mas, como nos primeiros anos do governo ainda havia algumas áreas de liberdade, a opinião pública reivindicou a imediata libertação de Florestan. Solto conquistou a merecida cátedra. Pouco tempo nela permaneceu, pois a onda repressiva acionada pelo AI-5 aposentou-o retirando da USP e do meio universitário brasileiro um dos mais férteis cientistas sociais. Toda essa repressão é oriunda da Lei 477 de 26 de fevereiro de 1969, assinada pelo presidente Arthur Costa e Silva, o decreto estabeleceu rito sumário para demissões e desligamento de professores, funcionários e estudantes que praticassem infração disciplinar considerada subversiva nas universidades brasileiras. Entre as infrações tínhamos: aliciar ou incitar a deflagração de movimentos que tenha por finalidade a paralisação de atividade escolar ou participar nesse movimento; praticar atos destinados a organização de movimentos subversivos, passeatas, desfiles ou comícios não autorizados ou deles participar; conduzir ou realizar, confeccionar, imprimir ter em deposito, distribuir material subversivo de qualquer natureza. Se algum professor ou funcionário fosse pego em pratica ficava proibido de ser nomeado ou admitido por qualquer outro estabelecimento de ensino num prazo de 5 anos. Se fosse estudante por 3 anos. Por exemplo, a nossa rotina costumeira de reclamar que um professor é ruim, da aula lendo livro, não sabe passar o conteúdo, temos um exemplo da época: Diário Oficial “Alunos detidos da universidade no curso de medicina por rejeitarem o ensino de anatomia por um professor que se resumia a ler os artigos de anatomia humana de Testut e Latarjet” Aqui então vejo que começa as atrocidades para fazer com que as faculdades deixassem de ser um lugar de fazer ciência, e se tornar um replicador de conteúdo, onde basta ter presença – ouvir – reproduzir, para conseguir seu certificado. Assim a apatia dos outros resultou no desleixo para com o ensino, no cinismo docente, tendo como contrapartida o desinteresse para com o estudo, expresso pela atitude estudantil de repetir o que o professor espera mesmo o absurdo e o injusto, desde que a promoção estivesse assegurada. Então a próxima vez que reclamar de um professor, saiba leitor, que você esta fazendo nada mais do que exigindo seu direito de fazer ciência e não de ser mais um tijolo na parede! Encerro aqui a primeira parte deixando a reflexão com vocês... Será que a educação que temos hoje foi prejudicada por esse período? Temos como contornar tal educação? Como você se sente tendo ou não um diploma de que você é apenas um reprodutor de conhecimento? Será que o estado nos quer numa bolha? E a principal delas, qual o limite da compreensão humana? Em breve a 2 parte .....

sábado, 12 de setembro de 2009

Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional - LDBEN 4024/1961

Fazendo um pequeno resumo do que falamos até então, vemos o crescimento de um Brasil heterogênio e sem um "pai". Assim com o intuito de desenvolver e industrializar uma grande nação os governantes viram na educação um caminho para esse progresso. Então a idéia era organizar de uma forma pra privilegiar todos os brasileiros, desde os mais ricos até os mais pobres, pois educação é para todos. Mas nem tudo é um mar de rosas, sempre tem o jeitinho brasileiro e nesse momento não é diferente. O que pensaram alguns políticos/empresários? Por que não pode ter escola particular, se a pessoa tem uma família que tem mais dinheiro e quer aprender numa escola tal. Essa era a idéia que defendia Carlos Lacerda prefeito do RJ e político com certa influência no cenário. Então uma das composições da lei de 120 artigos tinha como idéia central descentralizar a educação e seguir uma organização sistêmica que funcionava da seguinte forma: MEC- Ministério da Educação - Conselho Federal de Educação- Conselho Estadual de Educação - Setor Publico e Privado Uma das questões discutidas na fundação da lei era como seria a formação, isto é, os graus de escolaridade, fundamental / médio / superior hoje.Nessa proposta foi dividida da seguinte forma: Pré Primário (Setor Privado e Público) Intenção:Cuidar das crianças enquanto os pais trabalham até os 7 anosPrimário (Conselhos Estaduais) Intenção: Desenvolver o raciocínio a expressão e a interação com o meio físico. De 4 a 6 anos Ginásio (Conselhos Estaduais ou Federais) Intenção:Formação completa do jovem para o mercado de trabalho industrializado. Total de 11 anos Fazendo uma análise de cada um deles podemos relevar alguns fatores importantes Pré - Primário não visa a expansão de seu acesso, pois não é obrigatório;é direito das famílias trabalhadoras e não das crianças à escola: vinculo com a assistência social; “As empresas que tenham a seu serviço mães de menores de 7 anos serão estimuladas a organizar e manter, por iniciativa própria ou em cooperação com os poderes públicos, instituições de educação pré-primária; (art. 24, LDBEN/61) Primário É o foco da busca pela expansão do acesso, pois há grande preocupação com o currículo nacional, versando apenas sobre a obrigatoriedade da Educação Física e coloca o Ensino Religioso como facultativo,a orientação e o conteúdo de ensino não diferem muito nos estados, sendo o enfoque central no ensino da escrita, leitura e cálculo, com a utilização de uma metodologia tradicional e verbalista Ginasial Relativa flexibilização curricular entre as modalidades e ao ensino superior; Dualidade na concepção do ensino: o profissionalizante e o acadêmico; O ministro da educação Darcy Ribeiro defendia com unhas e dentes a proposta e com as pesquisas de Paulo Freire na área educacional estavam otimista para o futuro crescimento intelectual da nação. A idéia era popularizar e ter como grande importância a cultura ( criação de vários movimentos culturais como MCP e MEB*) com a intenção de colaborar com idéias específicas para regiões específicas do brasil ao passo que era de livre escolha ter ou não o ensino religioso. Vimos então o esqueleto da criação da 1ª Lei Brasileira Educacional que tinha de início a idéia de criar uma escola pública, gratuita e laica. Devido a empasses políticos e religiosos acabaram por chegar a uma lei que satisfaziam a todos de início sem o intuíto de prejudicar ou favorecer algum orgão, mas sim favorecer o povo brasileiro. * MEB = Movimento Educacão de Base / MCP = Movimento de Cultura Popular

domingo, 30 de agosto de 2009

Desenvolver sem educação!?

O governo de JK é lembrado pelo grande desenvolvimento, incentivando o progresso econômico do país por meio da industrialização. Ao assumir sua candidatura, ele se comprometeu a trazer o desenvolvimento de forma absoluta para o Brasil, realizando 50 anos de progresso em apenas cinco de governo, o famoso “50 em 5”. O Plano de Metas, que estabelecia 31 objetivos para serem cumpridos durante seu mandato, otimizando principalmente os setores de energia e transporte (com 70% do orçamento), indústrias de base, educação e alimentação. Os dois últimos não foram alcançados, mas isso passou despercebido diante de tantas melhorias proporcionadas por JK; - Criação do Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), implantando várias indústrias de automóvel no país; - Criação do Conselho Nacional de Energia Nuclear; - Expansão das usinas hidrelétricas para obtenção de energia elétrica, com a construção da Usina de Paulo Afonso, no Rio São Francisco, na Bahia e das barragens de Furnas e Três Marias; - Criação do Grupo Executivo da Indústria de Construção Naval (Geicon); - Abertura de novas rodovias, como a Belém-Brasília, unindo regiões até então isoladas entre si; - Criação do Ministério das Minas e Energia, expandindo a indústria do aço; - Criação da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e - Fundação de Brasília. Todo esse desenvolvimento concentrou-se no Sudeste brasileiro, enquanto as outras regiões continuavam com suas atividades econômicas tradicionais. Por esse motivo, as correntes migratórias aumentaram, sobretudo as do Nordeste para o Sudeste que chegaram a 600 mil pessoas em 1953, o que significava 5% da população nordestina e do campo para a cidade. Para tentar sanar esse problema, JK criou a Sudene, em 1959, para promover o desenvolvimento do Nordeste. A intenção era que houvesse industrialização e agricultura irrigada na região. Porém, o seu partido, o PSD, era ligado aos coronéis do interior, o que impediu que a Sudene fosse um instrumento da prática da Reforma Agrária na região, solução decisiva para acabar com as desigualdades sociais.Além desses problemas, o progresso econômico também gerou muitas dívidas. Apesar de o Produto Interno Bruto – PIB – ter crescido 7% ao ano e da taxa de renda per capita ter aumentado num ritmo quatro vezes maior do que o da América Latina, as exportações não atingiram o mesmo valor do endividamento e JK foi se enforcando com a própria corda. Todo esse período o MEC ja estava em atividade, porém sufocado pelas outras prioridades capitalistas do governo JK. Assim no início do governo de João Goulart em 1961 teve a criação da lei 4024/61 que tinha como ênfase o desenvolvimento econômico do país, como pressuposto para o desenvolvimento das demais instâncias da sociedade, produziu uma inversão do papel do ensino público, colocando a escola sob os desígnios do mercado de trabalho, passando a concepção produtivista a moldar todo o ensino brasileiro por meio da pedagogia tecnicista. A LDBEN frustrou as expectativas dos grupos mais progressistas, que esperavam um avanço na legislação educacional, no sentido de ampliar o atendimento das necessidades das classes populares. A decepção dos grupos progressistas que lutaram pela educação pública e desempenharam um papel importante na solução dos problemas nacionais, os levou a se lançarem nas campanhas da educação popular. Os movimentos mais significativos foram o Movimento de Educação de Base (MEB) e o Movimento Paulo Freire de Educação de Adultos. Vimos então como a educação foi deixada de lado no governo JK que caiu na tentação do mercado capitalista e os empréstimos que apesar do desenvolvimento causaram uma grande dívida para os cofres públicos. Vejo que para desenvolver tem que ser algo estruturado, em todo o histórico mundial, todos os grandes desenvolvimentos são precedidos de "quebras" econômicas ou guerras. Após o período de JK, assume um governo mais de esquerda, Jango com a visão de ajudar o Brasil que passava por um período de ascenção na desigualdade social, colaborou com o MEC para a criação da LDBEN. Vamos analisar melhor a LDBEN de 1961 no próximo post, e ver como ela foi fundamentada para colaborar com o mercado capitalista a partir do ensino tecnicista. Dando apenas uma pincelada deixo como reflexão. Da LDB o Art 16-d "garantia condigna de remuneração para os professores" apesar de ter mudado a LDB, creio que desde aquela época ja era exigido bom salário para aqueles que são talvez os principais funcionários para o desenvolvimento de uma nação.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

França ilumina a educação Brasileira

Antes de dar sequência ao desenvolvimento educacional no Brasil, vejo que é de muita importância ressaltar da onde veio à inspiração, a fonte de idéias e modelos para aplicar na educação brasileira. Na tarde de segunda feira fui numa exposição que mostra a influência francesa no Brasil. A exposição que faz parte da comemoração ao “Ano da França” mostrava o quão importante eles foram culturalmente para o Brasil, apesar do país não ser colônia francesa, tivemos forte influencias em várias áreas da ciência, uma delas a educação. No início dos anos 1900 os barões do café que doutrinavam a educação segundo o método Português. Já no governo Vargas nota-se o desenvolvimento metodológico a partir das obras de Wilhelm Dilthey, Édouard Claparède e Adolphe Ferrière divulgadas por instituições como a Ligue Internationale pour l’Éducation Nouvelle (Fundada por Ferrière, um pedagogo suíço que desenvolveu a “éducation nouvelle” que defende o princípio da participação ativa das pessoas na sua própria formação). Alguns consideram os anos de ouro para o progresso educacional, onde a França contribuiu com muitos pedagogos e psicólogos educacionais como os citados acima e também hoje com Jean Piaget. Apesar de o Brasil disponibilizar de uma ótima fonte educacional, carecia de pragmatismo. A Igreja Católica que fez um pacto com o governo para ainda ter controle de alguns setores da educação básica e mantinham atos conservadores que prejudicavam o ensino. Ao passo que no ensino superior, a primeira legislação universitária foi aprovada em 193, determinando uma combinação das escolas profissionais ao estilo francês com uma nova “Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras”, copiada da Itália, que deveria ser lugar de pesquisa, do estudo das ciências puras, e também de formação de professores para as escolas médias. Novamente o governo federal tentava um sistema bastante centralizado, com leis definindo o conteúdo dos cursos e carreiras, uma Universidade Nacional servindo de modelo para todo o país e um sistema rígido de controle e supervisão das instituições locais e particulares. Entretanto, a única universidade nacional a ser criada antes da Segunda Guerra Mundial foi a do Rio de Janeiro, agregando as antigas faculdades existentes com uma nova Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. O estado de São Paulo, competindo com o governo federal, criou sua própria universidade primeiro, conforme o mesmo modelo, mas com um conteúdo científico e acadêmico muito mais forte. Para sua Faculdade de Filosofia foram recrutados professores na França para as ciências sociais, na Itália para física e matemática, e na Alemanha para química e ciências biológicas. As concepções, os formatos institucionais e as práticas estabelecidas durante os 15 anos do regime Vargas iriam moldar o ensino brasileiro por muitas décadas. Depois da guerra, o país adentrou um período de rápida modernização, crescimento econômico e urbanização que trouxe consigo uma demanda cada vez maior pela educação superior tecnicista. O governo federal respondeu criando uma rede de universidades federais, pelo menos uma em cada estado, e os governos estaduais e municipais expandiram seus sistemas de educação elementar e média. Podemos assim concluir os feitos para educação no governo Vargas e mostramos que Itália e Alemanha e principalmente a França influenciaram o ensino nacional de tal forma que pôde dar ao Brasil a esperança de um país mais humano e crítico. Em breve veremos que de repente a educação é deixada de lado e o foco é dado para o desenvolvimentismo no governo JK.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A primeira grande idéia: "Escola Nova"

Começamos a análise do movimento que surge no governo Vargas, onde a atenção é voltada para a educação e surge uma esperança de que o Brasil se tornasse uma nação alfabetizada.

"O Movimento Escola Nova e as Escolas Totalitárias."

A educação do período de 1924 à 1950, é marcado pelo movimento da Escola Nova, classificado como o período do “otimismo pedagógico”. A origem da universidade pública é decorrente deste ideal: educar para a liberdade, no sentido de possibilitar a autogestão do educando e a construção da sociedade democrática. Os escolanovistas pretendiam revolucionar o ensino brasileiro visando o fim da educação tradicionalista. Uma de suas requisições era a concepção de uma escola pública, laica e para todos os segmentos da sociedade. Dentre os pensadores da Escola Nova está o filósofo Anísio Teixeira (1900-1971), cuja atuação se estende até o início dos anos 60, em defesa da universidade pública. No entanto, surge a reação dos conservadores, que se opõem à política de laicização da escola pública. Os representantes da ala católica se expressam através da revista Ordem, e posteriormente pela Liga Eleitoral Católica – mais uma vez a educação se encontra no viés político.

Pensando um pouco sobre o time que vestia a camisa do movimento a escola nova, fica fácil entender como montaram um movimento com boas idéias e intenções, na lista tinha:

  • Anisio Teixeira - futuro mentor de duas universidades no país - a Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro e a Universidade de Brasilia, da qual era reitor.
  • Fernando de Azevedo (1894-1974) - que aplicou a Sociologia da Educação e reformou o ensino em São Paulo na década de 1930
  • Lourenço Filho (1897-1970) - professor
  • Cecília Meireles (1901-1964) - professora e escritora

A atuação destes pioneiros se estendeu pelas décadas seguintes sob fortes críticas dos defensores do ensino privado e religioso. As suas idéias e práticas influenciaram uma nova geração de educadores como:

Hoje já não vemos pessoas com a capacidade intelectual e atitude como esses citados acima, talvez num futuro a gente possa listar nomes importantes para a história do Brasil.

Reforma Universitária – Novos Rumos da Educação Superior no Brasil. Com a reforma educacional de Francisco Campos, um novo ânimo pairou sobre a educação brasileira na década de 30. Este período foi de suma importância para a criação e regulamentação das universidades. A primeira universidade que consegue se formar com espírito organizacional acadêmico é a Universidade de São Paulo, em 1934. A Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, é criada em 1935, graças ao esforço de Anísio Teixeira. No entanto, a universidade brasileira ainda não possui um quadro docente comprometido com a realidade do país. Em ambas universidades, a cátedra é formada, em sua grande parte, por docentes estrangeiros. Cabe ressaltar a importância destas estruturações num momento populista, de severa observância ideológica. Apenas em 1937, são graduados os primeiros professores secundaristas. Egressos da faculdade de filosofia, além do encargo da preparação cultural e cientifica, receberam por acréscimo a formação pedagógica. Era o fim do ensino autodidata, exercido por profissionais de outras áreas. Anísio Teixeira analisa nossa tradição acadêmica: “O Brasil tem experiência em universidade escolástica e, depois, da universidade reformada por Pombal. Esta já era a universidade clássica, em seus reflexos do iluminismo, mas não a universidade de ciência experimental. Fora disso, tínhamos a vivência do ensino profissionalizante para o clero, os legistas e os médicos”. Observa-se, portanto, que a universidade no Brasil até a década de 30, era nada mais do que um curso profissionalizante carecia de uma formação acadêmica voltada a pesquisa à extensão. Entretanto, para que a universidade se comprometa mais com os setores de pesquisa e extensão será necessário que ela além de reformular a cultura que vai ensinar, ela abra espaço para a discussão democrática não se atendo aos processos totalitários e excludentes, quer seja dos governos ou das instituições de ensino. Neste sentido, o papel do docente superior, que na década de 30 era o de impulsionador da universidade aberta para todos, hoje se faz necessário como propagador da cultura e das relações entre sociedade e universidade, o que nem sempre é encontrado devido à divergências político-ideológicas dos próprios interesses docentes ao invés da preocupação pioneira daqueles que queriam educar para todos, num sistema igualitário de cidadania.

Uma observação que faço é que as universidades vão sendo fundadas no período de 1930 se vemos no mundo grandes universidades já completavam centenas de anos de existência como Cambridge de 1530 e Oxford que ja tinha mais de mil anos de existência, fundada em 998 entre outras. Isso mostra o nosso atraso, mesmo com a vinda de muitos cientistas do resto do mundo para ajudar no desenvolvimento das universidades ainda há um grande atraso no processo educacional brasileiro. Então não é um simples jargão “Nossa educação é horrível maldito Lula” isso é mostrar uma ignorância perante a situação, pois o histórico foi de pessoas bem intencionadas e que visavam um país prospero.

Nas décadas seguintes vemos muito trabalho, eis que vem JK com o desenvolvimentismo (Plano de Metas : 50 anos em 5) o golpe de 64 e com isso um sonho vai se distanciando.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Primeiros passos...

Após uma reflexão podemos iniciar a nossa trajetória com a educação nacional, daremos pulos, pois no mundo a educação já estava caminhando a passos largos, e assim pega o Brasil de surpresa com um novo ar, tendo que correr contra o tempo “perdido” para se desenvolver, assim vamos discutir desta forma. Para se chegar a uma compreensão do fenômeno social dito por organização escolar brasileira, há que se ter uma visão do contexto social, isto é, a sociedade brasileira do qual é parte e com o qual estabelece relação permanente. Mas não se trata apenas de buscar uma compreensão profunda da sociedade brasileira para depois dirigir a atenção para a organização escolar brasileira. O necessário é que se tenha sempre presente esta relação e estabeleça um movimento permanente entre os dois pólos (organização escolar e sociedade brasileira).Tendo assim então um aprofundamento constante na investigação da sociedade brasileira, exigindo pelo conhecimento concomitante sobre a organização brasileira. Penso que devemos começar com o histórico do Brasil e este retrata anos de dependência devido o período colononial, tivemos educação no período Pombalino, no período Joanino assim como no de D. Pedro, mas náo vejo que tenha tanta influência para discutirmos a educação. Haja vista que este não supriu de grandes intervenções metodológicas, onde apenas grandes barões que tinham o prestigio de ensinar seus filhos com antigos professores, já retratado na obra machadiana "No dia em que a universidade me der o diploma da ciência que estou longe de trazer no cérebro, confesso que me sentirei ao mesmo tempo enganado e orgulhoso." Brás Cubas. Ao mesmo tempo o velho continente já dava passos largos em prol da ciência. Ao pass que no resto do mundo, na Inglaterra, França e Alemanha estavam no ápice da ciência, estava no “annus mirabilis” Einstein usufruia do seu limite de compreensão humana, ano após ano, novas teorias, teoria do efeito fotoelétrico, teoria da relatividade geral e restrita. Estamos fim do século XIX início do XX. Já no Brasil, aquele jovem gigante na américa a gente constata que no período republicano é visto necessária uma maior busca de educação; uma pela pressão popular com a sensação de necessidade de educação para busca e alcance do setor médio e depois nos setores populares, no final do séc.XIX. O que provoca essa busca é o fenômeno de urbanização que começa a ocorrer no Brasil junto com a imigração de italianos, japoneses, alemães entre outros. Desta forma damos inicio ao perfil brasileiro, encontramo-nos num grande período de exploração colonial, onde não houve muito desenvolvimento dos programas educacionais. A partir da República começa a urbanização e esta incendiada pelos imigrantes e os brasileiros com anseio de desenvolvimento que já não aguentavam mais os grandes barões do café. Quando entra no poder uma pessoa com vontade de mudar o rumo do Brasil e que teria seu nome traçado na história como o primeiro a realmente se importar com o povo brasileiro, assim dito vemos que é preciso melhorar a educação, alfabetizar a grande massa que agora ocupa as cidades não mais tanto o campo. Começa a grande batalha, vem ele com uma cartilha em mãos e uma sede ufanista, VARGAS. Vamos discutir de forma mais elaborada, mais a fundo o que melhorou o que mudou e ver que caminhos tomam a educação no Brasil e como o mundo caminha nessa mesma época.

domingo, 2 de agosto de 2009

Educação: pra quê ?

Começo esse blog com o intuito de direcionar o conteúdo para as pessoas refletirem e pensarem sobre vários aspectos da educação no Brasil. Vamos comentando, desde a formação do processo educacional passando por todo seu histórico até os dias de hoje. Mas de início, faço a seguinte pergunta: por quê devemos nos educar ? não soa como uma receita de bolo, assim que você completa 6 ou 7 anos sua vida muda para reuniões com amiguinhos de mesma idade para pintar, escrever entre outras coisas que você não fazia antes! Bom tudo isso eu interpreto com a idéia de que não somos pessoas formadas! A cada segundo que passa da sua vida, você pode estar mudando, aprendendo algo novo. E assim é o choque inicial na escola. Você se depara com diversas situações as quais começa a formar o ser humano. Se o bolo é delicioso por que não devemos seguir a receita. Parafraseando Mário Sérgio Cortella, filósofo brasileiro que defende a idéia de que nos renovamos todo ano, se possível todo dia, tentando compreender o mundo melhor e de certa forma a si mesmo. ( confira suas idéias ) http://www.youtube.com/watch?v=89BMhivvRFE O ato de construir-se e ser construído pelos outros é a própria Educação, entendida de forma ampla, em situações que ocorrem dentro e fora da escola. É por meio de suas experiências que a criança toma contato com as muitas maneiras de aprender. Ela pode adquirir um saber específico, no sentido de compreender um conteúdo intelectual (a gramática, a Matemática, a história da arte etc.), pode dominar um objeto ou uma atividade (como caminhar, amarrar os sapatos, nadar etc.) e pode aprender formas de se relacionar com os outros no mundo (saber como cumprimentar as pessoas, ter boas maneiras à mesa etc.). Vejo que é uma reflexão muito mais filosófica do que pedagógica, no entanto pode contribuir em muito para o compreendimento do ser humano como educador e educando. Bom, vamos caminhando.. com perguntas e reflexões... até chegarmos a um ponto que estaremos discutindo as principais teorias pedagogicas de grandes pensadores seja brasileiro seja do mundo Obrigado e Até Mais Douglas Vilela