terça-feira, 16 de novembro de 2010

Lapidando o Enem

Depois de muito protesto, muita discussão, opniões a parte, hoje dia 16/11/2010, em brasília, tivemos uma audiência pública com o ministro da educação Fernando Haddad, para finalizar esse ataque massivo da PIG sob o ENEM.



Acompanhei a audiência pra me desvincular do que passa na grande mídia, que além de ser enfadonho ( só ouvi repetindo que erraram na prova e ia anular pelo menos umas 10 vezes), também preza pela alienação, não nos deixando pensar ou ter reflexões sobre o que houve.

Separei algumas questões que foram bem analisadas pelos senadores e aqui venho expô-las para mostrar como o senado, apesar de ser mais xingado que elogiado, possui muitas cabeças pensantes.

O senador Suplicy-PT – Contribuiu e muito com 2 questões: A primeira sobre o panorama da falha, especificamente, qual o numero de prejudicados. E num segundo momento ele perguntou sobre a solução desse empecilho , se haveria, e qual a mensagem do Ministro para os estudantes a respeito do que se devem fazer: Entrar em contato ou se reescrever na internet. Pois bem, de forma eloquente Haddad sanou as dúvidas de Suplicy e também de muitos brasileiros preocupados com a turbulencia ocorrida. Disse ele: “Esta sendo feita uma auditoria nas provas e com o término das contagens, será contatado cada um dos alunos participantes que foram prejudicados, eles não precisam ir a lugar algum.” .... “ Num total, não chegou a 0,1% dos alunos que foram comprometidos pelos erros gráficos..”

Mais de uma prova por ano

Segundo a perguntar, o senador Roberto Cavalcante-PRB, questionou a Haddad sobre as gráficas responsáveis pela impressão das provas do Enem em 2009 e 2010, Plural e RR Donnelley Moore, que seriam as duas únicas com capacidade para atender à demanda de mais de 3 milhões de estudantes em todo o Brasil. "Está constatado que o duopólio não deu certo. Em um ano, uma errou; no ano seguinte, a outra errou", disse o senador. Haddad respondeu: "O problema, na minha opinião, se resolve com mais de uma edição do exame ao longo do ano, como aliás estava programado para termos neste ano. Isso vai permitir que outras empresas (gráficas) entrem na disputa, e que o Enem tenha, assim, mais parceiros",
Ele voltou ao assunto ao ser indagado pelo senador Antonio Carlos Valladares (PSB-SE), que manifestou dúvida em relação à possibilidade de realização de mais de uma prova do Enem por ano. O senador também perguntou sobre a possibilidade de se regionalizar o exame, com provas diferentes para cada região."O que é desejável e possível da parte do Inep é a realização de mais de uma edição por ano. A regionalização dependeria de um banco de dezenas de milhares de questões, estamos falando em 50 mil questões", declarou Haddad.

Qual a intenção de fazer mais provas por ano

É nítido que a estratégia de Haddad é lapidar o Enem para o modelo norte-americano, conhecido como SAT-Scholastic Aptitud Test, traduzindo, Teste de Aptidão Escolar. O exame é aplicado sete vezes ao ano, em outubro, novembro, dezembro, janeiro, março (ou abril), maio e junho. Estudantes de outros países também podem prestá-lo, caso estejam interessados em ingressar numa das universidades que aceita os resultados do SAT. Que é dividido em dois tipos de provas: o SAT Reasoning Test, composto por 3 secções (matemática, leitura crítica e redação); e o SAT Subject Test (antigamente SAT II), composto por questões de múltipla escolha de matérias como Literatura Inglesa, História e Estudos Sociais, Matemática, Ciência (Biologia, Física e Química) e Línguas.

Mas as escolhas das universidades americanas não se baseiam apenas nessa nota, ainda existem outros fatores contribuintes como financeiro, regional, histórico de familiares na universidade.

Com o intuito de democratizar o ensino, o Brasil vê nesse modelo uma forma de melhorar a distribuição das vagas, diferentemente dos atuais vestibulares. Claro que ainda existe todo esse ar de revolta/manipulação/medo/mudança do Enem, uma vez que é nítido que o ministério da educação está procurando a melhor maneira de aplicá-lo.

Então antes de surgir todos esses protestos, pintar-se de palhaço, entendo a revolta ainda mais de um vestibulando que está num ano de pressão, nervos a flor da pele, mas é desnecessário tanta alienação para com a PIG, que em conjunto com as grandes redes de cursinho e os Institutos que hoje aplicam prova estão armando para o governo, querendo acabar com esse modelo e fazer toda a população se curvar ao bom gosto deles.

Se duvidas de que algo está sendo armado. Pare e pense: Por que a Fuvest nunca sofreu boicote? E a Vunesp, que tal a Cesgranrio.

Recentemente, houve um concurso público para os recenseadores do IBGE, com mais de 1 milhão de inscritos, você escutou algum mimimi? Talvez nem tenha ouvido falar que houve tal concurso.

Agora esperemos que a data do novo exame seja divulgada e que os prejudicados possam dessa vez resolver a prova com calma e, se possível, que sejam contemplados com a desejada vaga na universidade, fazendo jus ao trabalho que muitos estão tendo com o enem.